sexta-feira, 25 de abril de 2014

A conversão é sempre pelo amor

"Os que foram crucificados com ele também o insultavam" (Marcos 15.32c)
Ao ler esta fração de um versículo de Marcos, ao final do livro, frase que antecede a morte na cruz de Jesus, me chamou atenção e não pude deixar de associa-la a famosa frase dita no meio evangélico, embora muitos devam pensar ser um texto bíblico, no que diz que a conversão a Jesus Cristo "se não é pelo amor, é pela dor".

Tentando analisar esta frase do dito popular, podemos pensar que a primeira proposta de conversão é pelo amor, já que o apóstolo Pedro, diz que "Deus é amor" (1 João 4.8) e caso essa não aconteça a segunda opção de Deus, chamar alguém seria pela dor, pelo sofrimento; pelo abandono; pela fome; pela enfermidade; pelo perigo eminente de morte; por alguma porta fechada, enfim, muitos seriam as formas de atribuir dor pelo bem maior de uma conversão, pela entrega da vida a Jesus.

Mas será, que isto é uma verdade bíblica? Será mesmo que Deus é um tirano, que se alguém não o aceita-lo como Senhor, será levado ao sofrimento para que dai, pela dor, diga sim! Pelo menos eu teria dois motivos, para pensar o contrário dessa afirmação popular.

O primeiro, é a incoerência entre esse pensamento e alguns textos bíblicos, entre eles o mais conhecido no qual diz que "...Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3.16). Deus é amor, Deus amou o mundo e deu-se de livre e espontânea vontade e seu amor é do "tipo" Ágape, no qual não pede nada em troca, não leva em conta a contrapartida, e por isso, não cobraria alguém com a dor para responder ao seu amor, penso eu!

Em segundo lugar, entra o texto bíblico em questão. Partindo do princípio, que a morte de cruz era uma das mortes mais cruéis da época, podemos imaginar a dor que os condenados eram submetidos. Será que este texto, não está documentado na bíblia, justamente, para fazermos oposição a esta dito popular? Pois embora estivessem sofrendo e estarem ao lado do salvador, ainda o insultavam e você também, caso seja cristão, deve conhecer algumas pessoas, que mesmo diante da morte, negaram a Jesus e não foi pela dor que eles entregaram suas vidas! Embora muitos o façam nesses momentos, assim como vemos a complementação desse verso, no livro de Lucas 23.39-43, que diz:
"Um dos criminosos que ali estavam dependurados lançava-lhe insultos: "Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!" Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: "Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença? Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal". Então ele disse: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino". Jesus lhe respondeu: "Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso".
Por fim, o fato é que o sofrimento, a dor, a angústia e todos tipos de males, podem e não são poucas as vezes que batem a nossa porta. O que muda o rumo da nossa vida, vai depender de qual grupo nós nos identificamos, conforme definição de James M. Hamilton Jr, no artigo: como o inferno glorifica a Deus, que diz:
"Um grupo é caracterizado por confiar em Deus, concordar com seus termos, confessar que têm quebrado os termos, abandonar suas transgressões e procurar crer nas promessas de Deus, de modo que possam viver de acordo com os seus termos. O outro grupo rejeita Deus e seus termos, se recusa a admitir sua culpa, se recusa a abandonar o mal e se une ao inimigo.(Ministério Fiel)
O fato é que todos fizeram ou ainda fazem parte do segundo grupo. Os criminosos, faziam parte deste último, um continuou fazendo, mas eis que um deles, mudou de lado e não somente pelo sofrimento (pois o primeiro também teria feito), mas em reconhecer que estava ao lado do salvador, mas tão distante ao mesmo tempo e assumir ter causado mal e arrepender-se dos seus pecados, mesmo que isso ainda o condenasse a morte, mas ele creu nas promessas de Deus, ao que Jesus lhe respondeu: Eu lhe garanto. Hoje você estará comigo no paraíso.

Penso que a dor não é uma questão didática de Deus, é uma contenção da vida e o que realmente importa, é que nesse momento, temos ainda, a opção de mudar de grupo e quando a vida e suas cobranças viver nos bater a porta, estando nós no segundo grupo, somos chamados a fazer parte do primeiro e aos que já estão, conhecem a Deus, confiam nele e sabem que nos momentos das dores, Deus tem poder para nos livrar ou nos dar forças para suporta-lo e ainda que a morte seja nossa última alternativa, ele dirá para nós: Eu lhe garanto. Hoje você estará comigo no paraíso.

Eu reescreveria essa frase: A conversão é sempre pelo amor.

Graça e Paz do Salvador.
Maurício Reis

terça-feira, 1 de abril de 2014

Espalhem a notícia!

"Logo depois, Jesus foi a uma cidade chamada Naim, e com ele iam os seus discípulos e uma grande multidão. Ao se aproximar da porta da cidade, estava saindo o enterro do filho único de uma viúva; e uma grande multidão da cidade estava com ela. Ao vê-la, o Senhor se compadeceu dela e disse: "Não chore". Depois, aproximou-se e tocou o caixão, e os que o carregavam pararam. Jesus disse: "Jovem, eu lhe digo, levante-se!" O jovem sentou-se e começou a conversar, e Jesus o entrou à sua mãe". (Lucas 6.11-15)
Segundo uma pesquisa recente sobre os dez costumes mais comuns, nas primeiras horas do dia, entre os homens mais sucedidos do mundo, ouvir/ler um noticiário pela manhã é uma delas. Na verdade penso que esta deve ser uma prática não só dos homens mais sucedidos, mas todos aqueles milhares de cidadãos que pretendem sair da casa informados, sobre condições do trânsito, temperatura, fatos que aconteceram durante a madrugada, dicas de saúde, etc.

Eu tenho um costume um pouco diferente, pois procuro nas primeiras hora da manhã, fazer meu devocional diário, penso que a maior notícia a ser conhecida está na palavra de Deus, que embora já esteja revelada, sempre aprendemos uma novidade a cada leitura, mas em uma manhã dessas, por algumas questões, não consegui fazer o estudo bíblico, mas consegui "seguir" a rotina dos milhões de brasileiros, assisti a um bloco do noticiário local, no qual destaco uma reportagem:

Na "rodovia x" aconteceu um acidente com um caminhoneiro, no qual perdeu o controle, vindo a falecer no local. Após dar a notícia, a âncora do programa, pergunta para outra apresentadora, o seguinte: O trânsito no local já está liberado? Por um momento, pensei que seria uma pergunta sobre o acidente, se havia mais vítimas, se houve socorro em tempo hábil ao motorista, se o motorista tinha sido identificado, ou ainda se algum familiar já teria sido localizado ou estava no local, enfim, muitas poderiam ser as perguntas, mas nesse dia, a matéria foi um link para saber das condições do trânsito, afinal, nós que estamos ouvindo o noticiário, não queremos na verdade saber do motorista, nós queremos saber do trânsito, se vamos conseguir chegar a tempo no nosso destino.

Ao pensar sobre esse fato durante o dia, veio a passagem na qual já esboçamos: O encontro de Jesus no velório do filho da viúva. O relato é poderoso e de simples entendimento, não temos muito o que dizer sobre seu contexto, pois Jesus está caminhando com uma multidão e uma multidão segue o velório. Eles se encontram na porta da cidade (Naim) e Jesus a consola a mulher dizendo: "não chore" e seguida toca no caixão e diz ao menino "levanta-se". Essa é uma grande passagem, um milagre tremendo, o poder de Jesus, faz com que os presentes fiquem cheio de temor e louvem a Deus e falem "Deus interveio em favor do seu povo" (v.16).

Se estivéssemos nesse local, esse temor teria tomado nossas vidas também, pois veríamos Deus entre nós, mas antes disso, qual seria nosso pensamento ao sair de casa para o velório e ainda, ao ver outra multidão se aproximando? Penso em algumas alternativas: Como chegar no local a tempo do velório? Será que não terá outra multidão no nosso caminho? Será que após o velório, dá tempo de voltar para Cafarnaum? E a poeira que esse povo vai levantar? Enfim, são muitos os pensamentos possíveis e não consigo nem me colocar no local desse relato, historicamente falando, mas o fato é que possivelmente, as mesmas coisas banais que pensaríamos nesse dia, pensamos hoje na nossa realidade. Não queremos saber onde será o velório do motorista, queremos apenas chegar em nossos destinos. E infelizmente não são as poucas vezes, que por causa de tragédias como essas, somos impedidos de seguirmos nossas rotinas, pois conhecemos as vítimas daquela manhã.

O texto bíblico não precisa de muita explicação e colocado lado a lado da nossa futilidade, fica mais que evidente nossa dureza de coração. Somos bombardeados com essas notícias diariamente, ao ponto de ficarmos insensíveis, porém nós temos um Senhor; que se compadece; que muda seus planos; que vai ao encontro dos necessitados; que socorre a viúva; que vence a morte e que chora.

Jesus é impressionante e é por isso que tenho o hábito contrário a grande maioria das pessoas - considerando que nós, cristãos evangélicos, ainda somos a minoria - de ler sua palavra. Ao invés de ler notícias trágicas como essas, eu leio a única notícia que importa - a boa nova de que o salvador está entre nós. Nosso chamado é para não sejamos indiferentes as notícias do mundo - precisamos orar - mas ele vai além, temos o compromisso de espalhar a única notícia relevante, assim como aconteceu no relato bíblico "Essas notícias sobre Jesus espalharam-se por toda Judéia e regiões circunvizinhas." (v.17).

Embora tenhamos meios de comunicação para divulgar notícias a grandes massas, o que verdadeiramente importa é que a notícia sobre Jesus seja espalhada. Pense nisso, espalhe essa notícia.

"Porque um filho nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso, Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz." (Isaias 9.6)

Graça e Paz do Senhor
Maurício Reis